sexta-feira, 31 de maio de 2019

Delfos

Delfos é uma moderna cidade grega muito conhecida por seu sítio arqueológico, que foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO. Em épocas antigas, era o local dos Jogos Píticos e de um famoso oráculo (o oráculo de Delfos), que ficava dentro de um templo dedicado ao deus Apolo, elaborado por Trofônio e Agamedes. Delfos era reverenciado por todo o mundo grego como o omphalos, o centro do universo.[1]
Delfos fica em um Planalto semicircular conhecido como Phaedriades, junto ao monte Parnaso, e sobranceiro ao vale de Pleistos. 15 km a sudoeste de Delfos, há a cidade-porto de Kirrha, no golfo de Corinto.
Segundo a mitologia grega, no local a deusa Têmis era responsável pelo oráculo, que era guardado pela serpente PítonApolo, que havia aprendido a arte da profecia de , filho de Zeus e Húbris,[Nota 1] matou a serpente e tomou o oráculo.[2]

Índice

OráculoEditar

Ver artigos principais: Oráculo de Delfos e Pítia
Maquete de Delfos durante a Antiguidade.
Ilustração especulativa de Delfos em seu auge pelo arquiteto francês Albert Tournaire.
Em Delfos havia uma fonte que emitia os vapores[Nota 2] que permitiam ao oráculo de Delfos fazer as suas profecias. Apolo matou Píton, mas teve que ser punido por isso, dado que Píton era filha de Gaia. O altar dedicado a Apolo provavelmente foi dedicado originalmente a Gaia e depois a Posidão. O oráculo nesse tempo predizia o futuro baseado na água ondulante e no sussurro das folhas das árvores.[carece de fontes]
O primeiro oráculo de Delfos era conhecido geralmente como Sibila, embora seu nome fosse Herófila. Ela cantava as predições que recebia de Gaia. Mais tarde, Sibila tornou-se um título dado a qualquer sacerdotisa devotada ao oráculo. A Sibila apresentava-se sentada na rocha sibilina, respirando os vapores vindos do chão e emitindo as suas frequentemente intrigantes e confusas predições. Pausanias afirmava que a Sibila "nasceu entre o homem e a deusa, filha do monstro do mar e uma ninfa imortal". Outros disseram que era irmã ou filha de Apolo. Ainda outros reivindicaram que Sibila recebera os seus poderes de Gaia originalmente, que passou o oráculo a Têmis, que depois o passou a Phoebe. Este oráculo exerceu uma influência considerável através do país, e foi consultado antes de todos os empreendimentos principais: guerra, fundação das colônias, e assim por diante. Era também altamente respeitada em países semi-helênicos como MacedôniaLídiaCária e até mesmo Antigo Egito. O rei Creso da Lídia consultou Delfos antes de atacar a Pérsia, e de acordo com Heródoto recebeu a resposta:
Creso achou a resposta favorável, atacou e foi completamente derrotado (resultando daí, naturalmente, a destruição de seu próprio império).
Alegadamente o oráculo também proclamou Sócrates o homem mais sábio na Grécia, ao que Sócrates respondeu que, se assim era, isso devia-se a ser o único que estava ciente da sua própria ignorância. A afirmação está relacionada com um dos lemas mais famosos de Delfos, que Sócrates disse ter aprendido lá, γνωθι σεαυτον (gnothi seauton, "conhece-te a ti próprio"). Um outro lema famoso de Delfos é μηδεν αγαν (meden agan, "nada em excesso"). No século III d.C., ante o domínio cristão crescente na região, o oráculo, por motivo desconhecido, declarou que a divindade não falaria lá por mais tempo.[carece de fontes]

O sítio arqueológicoEditar

Pix.gifSítio Arqueológico de Delfos *
Welterbe.svg
Património Mundial da UNESCO

Delphi Temple of Apollo.jpg
Ruínas do Templo de Apolo.
País Grécia
TipoCultural
Critériosi, ii, iii, iv, v, vi
Referência393
Região**Europa e América do Norte
Coordenadas38° 29′ N, 22° 30′ L
Histórico de inscrição
Inscrição1987  (11ª sessão)
Nome como inscrito na lista do Património Mundial.
** Região, segundo a classificação pela UNESCO.
Delfos foi ocupada desde o Neolítico, sendo extensamente povoada no período Micênico. A maior parte das ruínas que sobrevivem datam dos séculos VI a IV a.C.

Templo de Apolo e Tesouros das cidadesEditar

Ver artigo principal: Templo de Apolo (Delfos)
O templo de Apolo em sua forma atual é o terceiro erguido no mesmo lugar. Data do século IV a.C., sendo uma construção no estilo dórico. Erguido sobre as ruínas de outros templos, seus arquitetos foram SpintharosXenodoros e Agathon. Originalmente possuía seis colunas na frente e 15 na lateral, mas foi destruído por um terremoto em 373 a.C. Era a sede do culto a Apolo e onde eram proferidos os oráculos. Foi parcialmente restaurado entre 1938 e 1941.[3]
O templo estava rodeado de várias capelas, chamadas de tesouros, já que guardavam os ex-votos e as oferendas das cidades-estado gregas, para comemorar vitórias dedicadas ao deus, ou para agradecer benefícios. De todos o mais importante era o Tesouro de Atenas, hoje o único restaurado, construído para comemorar a vitória na Batalha de Maratona. Outro muito rico era o Tesouro de Sifnos, cujos cidadãos eram abastados por causa da exploração de ouro e prata de sua região. O Tesouro de Argos também é importante, por ser o que se preservou em melhores condições.[3]
Como resultado destas valiosas doações, Delfos tornou-se um centro de grande riqueza e influência, e funcionava na prática como o banco da Grécia antiga. Mais tarde suas riquezas foram pilhadas por sucessivos conquistadores, sendo uma das causas do declínio da cultura grega. O muro de pedra que foi construído para sustentar o terraço onde se ergueu o segundo templo é uma atração por si mesmo, por suas pedras serem cobertas de inscrições que ilustram o desenvolvimento da escrita grega da época. O templo sobreviveu até 390 D.C., quando o imperador cristão Teodósio I destruiu o templo, então abandonado e a maioria das estátuas e obras de arte em nome do cristianismo. O local foi completamente destruído pelos cristãos na tentativa de remover todos os vestígios do paganismo.[4]

Outros edifíciosEditar

Vista do Teatro de Delfos.
tolo.
Altar de Quios estava localizado em frente ao Templo, tendo sido construído pelo povo de Quíos no século V a.C. todo em mármore negro, uma característica incomum na arquitetura grega e que deve ter causado uma grande impressão quando completo. Suas ruínas foram restauradas em 1920.[carece de fontes]
Construída por Atenas para celebrar a vitória sobre os persas em 478 a.C., a Stoa dos Atenienses era uma estrutura com sete colunas talhadas em blocos únicos de pedra. O Ginásio compreendia uma série de edificações usadas pelos jovens, incluindo uma stoa, uma palestra, piscinas e banhos.[carece de fontes]
Estádio, localizado na parte superior da encosta, foi construído originalmente no século V a.C., mas sofreu muitas alterações em épocas posteriores. Podia acolher até 6.500 espectadores, com uma pista de corrida de 177 m de comprimento e 25,5 m de largura.[carece de fontes]
Teatro estava instalado na parte superior do complexo, oferecendo uma vista panorâmica do vale de Delfos e de todo o santuário. Data do século IV a.C. mas foi bastante remodelado com o tempo. Possui 35 fileiras de assentos e podia receber 5 mil pessoas.[carece de fontes]
Por fim o tolo, no santuário de Atena Pronaia, foi erguido entre 380 e 360 a.C. na ordem dórica, com 20 colunas em uma planta circular de 14,7 m de diâmetro, com 10 colunas coríntias no interior. Está a cerca de 800 m do grupo principal de ruínas.[carece de fontes]
Panorama do estádio de Delfos.

Ver tambémEditar

Notas e referências

Notas

  1.  J. G. Frazer, tradutor de Pseudo-Apolodoro para o inglês, propõe que o texto deveria ser lido como Pã, filho de Zeus e Tymbreus, para diferenciar de Pã, filho de Hermes e Penélope. Ver a nota do tradutor [em linha]
  2.  Após ter investigado o local, arqueólogos ficaram convencidos que estes vapores são apenas um mito, porque não pôde ser encontrada qualquer evidência para eles, e segundo a opinião-padrão de então na geologia - as emissões gasosas da rocha ocorrem somente em conjunto com atividade vulcânica. Entretanto, recente pesquisa geológica indica que o local do oráculo mostra jovens falhas geológicas, e parece plausível que estas tenham emitido na antiguidade leves gases hidrocarbônicos de pedra calcáriabetuminosa, com efeito tóxicoDe Boer et al. Geology, 29, 2001. pp. 707. [1] Arquivado em 5 de fevereiro de 2006, no Wayback Machine.

Referências

  1.  Gregory, Timothy E. (1991). «Delphi». In: Kazhdan, AlexanderOxford Dictionary of Byzantium. London and New York: Oxford University Press. p. 602. ISBN 978-0-19-504652-6
  2.  Pseudo-ApolodoroBiblioteca, 1.4.1 [em linha]
  3. ↑ a b Sakoulas, Thomas. «Temple of Apollo at Delphi»Ancient-Greece.org. Consultado em 28 de novembro de 2016
  4.  GIEBEL, 2013, p.110.

Ligações externasEditar

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